quarta-feira, 11 de março de 2009

" Entrevista com a dupla "Victor e Leo"


















Victor & Leo, ao lado de César Menotti & Fabiano e João Bosco & Vinicius, são responsáveis pela renovação da música sertaneja. A dupla, que começou de forma despretensiosa tocando em festas de amigos e barzinhos no interior de Minas Gerais, mistura sertanejo de raiz com o rock de bandas como Scorpions para compor sua identidade musical. Eles acabaram de lançar o álbum “Borboletas”, que contém o sucesso “Tem que ser você” de “A Favorita”. O disco possui 12 canções compostas e produzidas pela dupla, fato raro nas novas duplas sertanejas, que sempre incluem regravações de antigos nomes do gênero em seus CDs. No embalo do lançamento, Victor & Leo acumulam ainda uma indicação ao Grammy Latino, na categoria “Melhor Álbum de Música Contemporânea Regional ou de Raízes Brasileiras”, e o sucesso do disco em espanhol “Nada es Normal”, em alta rotação nas rádios de México, Colômbia e Chile. O
Abril.com conversou com Leo Chaves, que comentou o novo trabalho, a indicação ao Grammy e o rótulo de sertanejo universitário, refutado pela dupla.
“Borboletas” foi todo composto por vocês dois, o que foge um pouco dos outros dois ao vivo, onde vocês gravavam músicas de outros artistas. Como foi compor o disco todo?
Leo Chaves: Muito bem colocado. Numa época onde todo mundo está regravando coisas antigas e colocando uma ou outra canção que foi sucesso no passado, nós resolvemos fazer diferente, um disco 100% autoral e com músicas inéditas. É a vontade de inovar, fazer diferente, de se aventurar um pouco dentro deste universo. Nós fazemos uma coisa muito natural, muito intuitiva. Eu e o Victor não temos esse lance de pensar no mercado, se vai vender ou não. A gente simplesmente faz aquilo que emociona. O disco tem um estilo muito diversificado, se você perceber tem música country mais regional, sertanejo de raiz, baladas pop rock, country rock...
Ele chega a soar quase que como um disco acústico...
Pois é, essa característica é forte dentro do nosso disco, isso permanece sempre. É uma coisa que a gente cresceu fazendo em barzinho, nós tocávamos com violão e acordeon em barzinho. É uma coisa que aprendemos a gostar e amar fazer.
Quanto tempo vocês levaram pra compor e gravar?
Esse primeiro semestre nós gravamos dois discos. Produzimos e gravamos um CD em espanhol [“Nada es Normal”] e outro em português. Este segundo eu acredito que gravamos em dois, três meses
O disco em espanhol possui o mesmo repertório de “Borboletas”?
Não ele tem algumas músicas deste disco e dos anteriores também. É uma mescla. Já foi lançando em alguns países, está no Top 10 de mais vendidos do México, Colômbia, Chile, estamos muito satisfeitos com o trabalho. Nós já estivemos no México fazendo divulgação. Então está indo tudo muito bem.
Vocês foram indicados ao Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum de Música Contemporânea Regional ou de Raízes Brasileiras”. Como vocês receberam essa indicação?
Nós ficamos muito honrados. É um prêmio muito conhecido, consagra um artista. Mas vou dizer pra você que nós não nos prendemos a esse tipo de coisa de status tipo ‘ganharam prêmio, colocaram não sei quantas pessoas, venderam não sei quantos milhões’. Não nos prendemos muito nisso. Nosso foco principal é emocionar as pessoas, saber que a nossa música está sendo positiva. Recebemos muitos e-mails de pessoas dizendo que mudaram a vida, que saíram da depressão. Isso é o que mais importa pra gente.
Vocês estão concorrendo com artistas consagrados como Elba Ramalho. Estão esperançosos de levar o prêmio?
Não sei, sinceramente. A Elba Ramalho possui uma carreira muito maior pra ganhar esse prêmio. Estamos muito satisfeitos com a indicação, se ganharmos será ótimo.
A música “Tem que ser você” está na trilha sonora da novela “A Favorita”. Qual a importância de ter uma canção na novela?
Foi uma oportunidade que tivemos da Rede Globo, nossa gravadora mostrou a música pra alguns diretores. Uma oportunidade de ouro pra aqueles que não conhecem música sertaneja poderem escutar dentro de suas casas e conhecer nosso trabalho. Acho que a personagem da Deborah Secco foi muito bem vivida e interpretada por ela. Isso também fez com que a música crescesse na audiência.
Aumentou o público de vocês também?
Acho que não, as pessoas cantam mais. Mas não acho que por isso tenha aumentado o número de fãs não.
Quando a dupla surgiu, ela foi incluída no sertanejo universitário. Vocês têm algum problema com esse rótulo?
Problema não, mas acho que a gente não se enquadra nesse estilo musical. Eu acho que sertanejo universitário é pra universitário, e a gente não faz música focada em um determinado público. Nos nossos shows vão crianças, adolescentes, idosos, adultos. É uma música universal, não cabe nesse rótulo. Nós respeitamos os artistas que fazem isso, mas nós não nos colocamos nisso daí. Não nos enquadramos e não gostamos muito deste rótulo não.
Quais são as principais influências da dupla?
São influencias diversas. Crescemos escutando de rock até sertanejo raiz. Ouvíamos Sérgio Reis, Renato Teixeira, Almir Sater, Trio Parada Dura, Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo & Luciano, Leoandro e Leonardo. Música regional brasileira também, Zé Ramalho, Alceu Valença. E variados outros estilos de rock pop brasileiro e internacional tipo Mark Knopfler, Dire Straits, Scorpions, Phil Collins, Eric Clapton. [Influência] tanto o estilo do Victor tocar violão, quanto na hora de compor e cantar. A gente sempre procurou uma individualidade, uma personalidade musical.

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